
O município de Jaguaré foi palco nesta quarta-feira (14) da cerimônia de abertura oficial da colheita do café conilon de 2025 no Espírito Santo. A solenidade foi realizada na Fazenda Água Limpa, localizada no distrito de Estivado, e reuniu autoridades e produtores para celebrar o protagonismo do Estado na cafeicultura nacional. O evento teve a presença do governador em exercício, Ricardo Ferraço.
Promovido pelo Governo do Estado, por meio da Secretaria da Agricultura, Abastecimento, Aquicultura e Pesca (Seag) e do Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper), a cerimônia reforça a importância estratégica do café conilon para o agronegócio capixaba.
“Fazemos tradicionalmente esse momento de celebração dessa riqueza extraordinária que distribui tanta renda e tantas oportunidades para nossa gente no Espírito Santo. É melhor ainda numa época como essa, em que o café está remunerando o produtor rural com justiça. Nosso Estado não chegou onde chegou por acaso. A determinação e o empenho das cafeicultoras e dos cafeicultores, bem como a dedicação dos pesquisadores e extensionistas, crédito facilitado, investimentos, estímulo e apoio do Governo do Estado e poder público, muito cooperativismo e empreendedorismo nos transformaram numa potência internacional. É muito café e café de qualidade. Na última semana, uma das mais modernas fábricas de café solúvel do mundo começou oficialmente a processar o café capixaba para levar produtos com valor agregado para todos os continentes do planeta”, afirmou Ricardo Ferraço.
Segundo estimativa da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), a produtividade média da lavoura deve alcançar 50,7 sacas por hectare em 2025, o que representa um crescimento de 35,5% em relação à safra anterior, que registrou 37,4 sacas por hectare.
Além disso, a área cultivada com café conilon no Espírito Santo ultrapassa 258 mil hectares, com uma previsão de produção superior a 13 milhões de sacas de 60 quilos beneficiadas – um aumento de 33,1% em comparação com as quase 10 milhões de sacas colhidas no ano passado. A maior safra registrada anteriormente no Estado foi em 2022, com uma produção total de 12,4 milhões de sacas.
Segundo a Gerência de Dados e Análises da Seag, o Espírito Santo é também o maior exportador de café conilon do Brasil. Em 2024, foram 7 milhões de sacas exportadas, o que corresponde a 76% das exportações nacionais. Além do grão cru, o Estado exportou 571,4 mil sacas de café solúvel. No primeiro trimestre de 2025, as exportações já somam 432,5 mil sacas de conilon e 109 mil sacas de solúvel.
Para o secretário de Estado da Agricultura, Enio Bergoli, os números refletem o compromisso do Estado com o desenvolvimento sustentável da atividade. “O Espírito Santo é líder absoluto na produção de café conilon no País. Esse protagonismo é resultado de um trabalho contínuo, com investimentos estratégicos em pesquisa, inovação e assistência técnica. O Governo do Estado mantém um diálogo permanente com os produtores rurais e tem criado condições concretas para que o setor avance com qualidade, sustentabilidade e competitividade cada vez maiores”, disse.
O diretor-geral do Incaper, Alessandro Broedel Torezani, também destacou a relevância da ciência e da extensão rural para os resultados alcançados pela cafeicultura capixaba. “A produção recorde que estamos alcançando é fruto de um trabalho coletivo, de muitos anos, que envolve pesquisa aplicada, capacitação de produtores e adoção de tecnologias sustentáveis. O Incaper tem orgulho de ser protagonista nesse processo, somando esforços ao espírito empreendedor do cafeicultor capixaba e a outras instituições, para que nosso Estado se consolide, cada vez mais, como referência em inovação e sustentabilidade no setor cafeeiro, com base no conhecimento técnico e na ciência”, acrescentou.
A programação do dia incluiu ainda uma palestra técnica do pesquisador do Incaper, Paulo Volpi, sobre a “Evolução da Colheita Mecanizada do Conilon”, seguida pela apresentação do engenheiro agrônomo Márcio Fregonassi, da PME Máquinas de Linhares, que demonstrou o funcionamento da colhedora automotriz Jacto. Antes do encerramento, Elídio Torezani, da Hydra Irrigações, falou sobre o “Gotejamento Subterrâneo de Alta Tecnologia”, e o técnico Marcus Evangelista apresentou a tecnologia da capina elétrica.
O evento evidenciou o investimento em inovação e tecnologia no cultivo do conilon, reforçando o protagonismo do Espírito Santo na cafeicultura brasileira.