
Um novo estudo indicou que dietas ricas em gordura e açúcar durante a infância podem alterar o microbioma do organismo para o resto da vida, ainda que, com o tempo, a alimentação se torne mais saudável. A pesquisa foi publicada no último dia 3 no periódico científico Journal of Experimental Biology. O trabalho foi baseado em testes laboratoriais conduzidos com ratos.
Microbioma é o nome dado ao conjunto de fungos, bactérias, parasitas e vírus que vivem dentro ou na superfície de um animal. A grande maioria desses seres se encontra no trato digestório, ajudando na digestão de alimentos e na absorção de nutrientes.
Os cientistas dividiram os ratos em quatro grupos: um alimentado com uma dieta saudável, outro alimentado com uma dieta rica em gorduras, outro com acesso a uma roda de exercícios e o último sem esse recurso. Os animais foram mantidos nesses regimes durante três semanas, após as quais todos retornaram à sua alimentação costumeira.
Quatorze semanas mais tarde, os pesquisadores analisaram a diversidade e abundância das bactérias presentes nos intestinos dos roedores. Como resultado, eles constataram que o grupo com a dieta pobre apresentavam muito menos bactérias do tipo Muribaculum intestinale, envolvido no metabolismo de carboidratos.
Os cientistas descobriram ainda que os micro-organismos intestinais são sensíveis à quantidade de exercício que o animal faz. Em ratos que tiveram acesso à roda, foi registrada maior abundância de bactérias Muribaculum.
Como resultado, os cientistas concluíram que a adoção de dietas com bastante gordura e açúcar durante o começo da vida pode ter efeitos duradouros no microbioma de um organismo. Assim, seria possível sugerir que a alimentação durante a infância tem consequências para o resto da vida, mesmo que, com o passar dos anos, a dieta mude.